Lançada em 2019 no álbum Once Upon a Mind, “Monster” é uma das músicas mais pessoais e devastadoras da carreira de James Blunt.
Longe da leveza de “You're Beautiful”, essa faixa mergulha fundo no território do luto, da fragilidade e do amor entre pai e filho. Aqui, Blunt transforma dor em arte, lamento em poesia e deixa o ouvinte vulnerável.
O adeus mais difícil
“Monster” foi escrita enquanto o pai de James Blunt enfrentava uma grave doença renal. Na época, ele estava na lista de espera por um transplante. O clipe oficial da música é um dos mais intensos da década: Blunt chora, encara a câmera, canta sobre a perda iminente e nos quebra por dentro. A direção minimalista, sem cortes dramáticos, serve como palco cru para uma performance emocional real.
O menino que vira homem
"I'm not your son, you're not my father
We're just two grown men saying goodbye..."
Esses versos cravam como lâminas. Blunt reconhece que naquele momento, não são mais pai e filho no papel tradicional. São dois homens diante da inevitabilidade da morte. Um momento de igual para igual, onde o medo e o amor coexistem. Há algo de universal nessa dor: todos que já perderam ou temem perder um pai se veem ali.
Simples e sufocante
O arranjo é piano, cordas suaves e silêncio. Porque sim o silêncio aqui é uma camada sonora. Entre cada verso, há espaço para o ouvinte respirar (ou tentar). A produção não quer brilhar, quer deixar a dor brilhar. E isso é corajoso.
Música como carta de despedida
“Monster” entrou na lista das músicas mais emocionantes do século XXI. É mais que uma canção: é uma carta não enviada, um abraço nunca dado, um último sussurro antes do fim. Não importa se você gosta de James Blunt ou não “Monster” é inescapável.
Quando a música vira memória
O título, “Monster”, pode parecer estranho. Mas o monstro aqui talvez seja a própria morte, ou o medo de dizer adeus. Blunt não luta contra ele, canta para ele. E nos ensina que às vezes, amar também é deixar partir.